A História do Mahou Shoujo: Parte 2 - Década de 70



Tanto Himitsu no Akko-chan como Mahoutsukai Sally foram produzidos pela Toei. Com o sucesso das séries, a produtora chega no início da década de 70 dominando o mercado. Surge assim o primeiro “boom” de produções do gênero: Mahou no Mako-chan (1970), Fushigi na Merumo (1971), Mahoutsukai Chappy (1972), Miracle Girl Limit-chan (1973), Majokko Megu-chan (1974), Majokko Tickle (1978)  Hana no Ko no Runrun (1979), e, embora não seja categorizado como shoujo, Cutie Honey (1973).

Destes, cabe destacar alguns marcos: Fushigi na Merumo (criado por ninguém menos do que o “deus dos mangás” Osamu Tesuka) foi a primeira obra do gênero a trazer a temática de menina que se transforma em adulta; Majokko Megu-chan, o primeiro a trazer a temática de menina de outro mundo que hipnotiza uma família comum na Terra para se infiltrar, e a trazer uma menina mágica rival da protagonista; e principalmente, devemos destacar o caso de Cutie Honey. Embora a série fosse um shonen (destinada ao público masculino), a série fez sucesso entre o público feminino, e trouxe ao mahou shoujo características que iriam marcar para sempre o gênero: as cenas de transformação; a protagonista como uma super-heroína de fato, que luta contra bandidos e vilões (antes, eram apenas meninas vivendo confusões no dia a dia causadas pelos poderes mágicos); uma protagonista adolescente, no colegial (antes, eram majoritariamente crianças do primário) e roupas mais marcantes, e com um toque de sensualidade.

Fora do universo Toei, tivemos outro grande marco: Suki Suki Majou Sensei, em 1971, produzida pela TBS. Essa série pode ser considerada, de fato, o primeiro tokusatsu mahou shoujo: embora categorizada como dorama/novela (assim como Comet-san), foi a primeira série live action a trazer características de tokusatsu, com uma heroína mascarada, que combatia monstros e vilões a cada episódio.

Para a Toei, a década de 70 foi ao mesmo tempo o auge e a decadência do gênero mahou shoujo. Após saturar o mercado na primeira metade da década (e amargar baixas na audiência), a empresa prefere mudar o foco e investir em animes de romance e drama (como Candy Candy e Sandybell). No final da década de 70 e início da 80, a Toei tenta reviver o gênero com Tickle, Runrun e Lalabel, mas sem sucesso; e durante muito tempo, produz apenas remakes de séries antigas, como Sally e Akko-chan.

A empresa deixaria de investir em novos títulos do gênero por quase 10 anos (praticamente por toda a década de 80) e essa “vaga” deixada no mercado seria aproveitada por estúdios menores: o Ashi Productions (atualmente, chamado Production Reed) e o Studio Pierrot.

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